Thursday, March 31, 2022

Coreia #6 Lançamento Vila Do Conde


Jornal é apresentado em Vila do Conde

 


Às sete da tarde desta quarta-feira na Escola de Dança do Centro municipal da Juventude de Vila do Conde, a Circular- Associação Cultural lança mais um número do Coreia, um jornal semestral que, segundo a divulgação, é “dedicado a escritos de artista e a propósito das artes em geral, firmado numa relação com a dança”.

A edição, adianta a organização, conta com intervenções de diversas personalidades. E são elas: 

“Publicamos um capítulo da tese de doutoramento de André Lepecki, dedicado à peça A Dança do Existir (1994) de Vera Mantero abrindo reflexões sobre a pós-memória da guerra colonial. A investigadora e coreógrafa Vânia Gala escreve sobre exclusão de corpos e práticas negras no ideário de “corpo universal” na dança e performance ocidentais. A bailarina e coreógrafa Piny estabelece uma relação entre política urbanística, arquivo arquitectónico e danças de rua.

Transcrevemos uma conversa entre a coreógrafa italiana Chiara Bersani, Diana Niepce e Carla Fernandes sobre a potência política do olhar e o corpo fora da norma nas artes performativas. O médico Miguel Teles reflecte sobre a empatia na prática da medicina moderna e o corpo a partir do livro de Diana Niepce Anda, Diana.

Prestamos homenagem ao artista e encenador Jan Ritsema, falecido em outubro de 2021, com a publicação de um caderno de escritos com Jonathan Burrows sobre a sua peça conjunta Weak Dance Strong Questions. O artista visual e editor italiano Emiliano Aversa escreve a partir da teoria de homeostase do neurologista António Damásio numa relação com o gesto na dança. O artista paulista Renan Marcondes escreve uma crónica sobre a eficácia discursiva de obras de arte partindo de comentários à performance de Eleonora Fabião para a 34.ª Bienal de São Paulo. Um colectivo formado no PACAP 5 do Forum Dança, composto por Andrei Bessa, Giovanna Monteiro, Leonor Mendes, Roberto Dagô e Vicente Ramos, faz um exercício de escrita a partir da prática de Composição em Tempo Real de João Fiadeiro. Os artistas colaboradores espanhóis Julián Pacomio e Ángela Millano elaboram sobre práticas de apropriação e cópia na literatura e na performance para reflectir sobre o seu trabalho. A artista visual Isabel Cordovil tece uma linha entre a continuidade da vida e a prática da arte em perspectiva do fim e da morte. Guilherme Figueiredo escreve um pequeno conto sobre o joelho, a flexão e as suas diferentes camadas sociais. O artista vilacondense Miguel Pipa propõe uma partitura para a utilização do jornal. E da artista Clara Amaral publicamos a tradução de um texto sobre ler e escrever e as vozes que circulam entre uma prática e a outra”

O lançamento do jornal será acompanhado pela performance de um capítulo de “She gave it to me I got it from her” de Clara Amaral, “um livro e uma coreografia, lida em voz alta e manuseada”. A performance em seis partes será repartida entre Lisboa, Porto, Vila do Conde e Coimbra, concluindo-se em Ponta Delgada.


https://noticiasondaviva.pt/jornal-e-apresentado-em-vila-do-conde/














Coreia #6

 EDIÇÕES

CIRCULAR E PARASITA LANÇAM COREIA #6
PUBLICAÇÃO | DANÇA

“nós aqui, entre o céu e a terra”, Eleonora Fabião e colaboradorxs, 2021. Trabalho comissionado pela 34.ª Bienal de São Paulo © Jaime Acioli. Cortesia da artista

COREIA é um jornal semestral dedicado a escritos de artista, produzido e distribuído pela Circular – Associação Cultural e pela Parasita Associação. O lançamento da próxima edição (#6) começa no dia 8 de março, na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa. A sessão de apresentação será acompanhada pela performance de um capítulo de “She gave it to me I got it from her” de Clara Amaral (“um livro e uma coreografia, lida em voz alta e manuseada”). A performance, em seis partes, será repartida entre Lisboa, Porto (9 março, ESMAE), Vila do Conde (9 de março, Escola de Dança do Centro Municipal de Juventude) e Coimbra (10 de março, Laboratório Chimico / Linha de Fuga), concluindo-se em Ponta Delgada, Açores (11 de março, vaga – espaço de arte e conhecimento). A entrada é livre.

Clara Amaral (Fundão, 1984) trabalha com texto e performance. A partir de uma prática artística interdisciplinar, questiona o que significa ser leitora, ser escritora, tentando expandir modos, já existentes, de leitura, escrita e publicação. Coreia #6 disponibiliza a tradução de um texto da artista, sobre “ler e escrever e as vozes que circulam entre uma prática e a outra”.

A Circular e a Parasita destacam, ainda, na sexta edição do jornal, um capítulo da tese de doutoramento de André Lepecki dedicado à peça “A Dança do Existir” (1994) de Vera Mantero, que “abre reflexões sobre a pós-memória da guerra colonial” e artigos da investigadora e coreógrafa Vânia Gala e da bailarina e coreógrafa Piny. Vânia Gala escreve sobre a exclusão de corpos e práticas negras no ideário de “corpo universal” na dança e performance ocidentais e Piny estabelece uma relação entre política urbanística, arquivo arquitetónico e danças de rua. 

Pode ainda ser lida, nesta publicação, a transcrição de uma conversa entre a coreógrafa italiana Chiara Bersani, Diana Niepce e Carla Fernandes, sobre a potência política do olhar e o corpo fora da norma nas artes performativas. 

Coreia #6 inclui, também, uma reflexão do médico Miguel Teles sobre a empatia na prática da medicina moderna e o corpo a partir do livro de Diana Niepce Anda, Diana; uma homenagem ao artista e encenador Jan Ritsema, falecido em outubro de 2021, com a publicação de um caderno de escritos com Jonathan Burrows sobre a sua peça conjunta “Weak Dance Strong Questions”; e um texto do artista visual e editor italiano Emiliano Aversa, que escreve a partir da teoria de homeostase do neurologista António Damásio numa relação com o gesto na dança. 

Coreia #6 dedica ainda espaço ao artista paulista Renan Marcondes, ao coletivo formado no PACAP 5 do Forum Dança, aos artistas colaboradores espanhóis Julián Pacomio e Ángela Millano, à artista visual Isabel Cordovil, a Guilherme Figueiredo e ao artista vilacondense Miguel Pipa. Renan Marcondes escreve uma crónica sobre a eficácia discursiva de obras de arte partindo de comentários à performance de Eleonora Fabião para a 34.ª Bienal de São Paulo. O coletivo formado no PACAP 5 do Forum Dança, composto por Andrei Bessa, Giovanna Monteiro, Leonor Mendes, Roberto Dagô e Vicente Ramos, faz um exercício de escrita a partir da prática de Composição em Tempo Real de João Fiadeiro. Julián Pacomio e Ángela Millano escrevem sobre práticas de apropriação e cópia na literatura e na performance para refletir sobre o seu trabalho. Isabel Cordovil tece uma linha entre a continuidade da vida e a prática da arte em perspetiva do fim e da morte. Guilherme Figueiredo escreve um pequeno conto sobre o joelho, a flexão e as suas diferentes camadas sociais. Miguel Pipa propõe uma partitura para a utilização do jornal. 


FICHA ARTÍSTICA

Contribuição #6:  Ángela Millano & Julián Pacomio, André Lepecki, Andrei Bessa, Giovanna Monteiro, Leonor Mendes, Roberto Dagô & Vicente Ramos, Carla Fernandes, Chiara Bersani & Diana Niepce, Clara Amaral, Emiliano Aversa, Guilherme Figueiredo, Isabel Cordovil, Jan Ritsema & Jonathan Burrows, Miguel Pipa, Miguel Teles, Piny, Renan Marcondes, Vânia Gala | Tradução: Inês Cardoso & José Gil (estagiários), Joana Frazão, Pedro Cerejo, Paula Caspão, Sara Santos | Revisão: Pedro Cerejo, Daniel Lühmann | Transcrição: Inês Cardoso & José Gil (estagiários) | Produção e Distribuição: Circular Associação Cultural, Associação Parasita | Direcção Editorial e Edição: João dos Santos Martins | Design Gráfico: Isabel Lucena | Apoios: Escola de Dança do Centro Municipal de Juventude de Vila do Conde, ESMAE (Porto), Galeria Zé dos Bois (Lisboa), Linha de Fuga (Coimbra), Vaga (Ponta Delgada) | Agradecimentos: Alkantara, Eleonora Fabião, Maus Hábitos
She gave it to me I got it from her de Clara Amaral tem design gráfico de Ronja Andersen e Karoline Swiezynski, edição de Isabelle Sully, objectos de Olga Micińska, foi publicado pela Kunstverein Publishing e financiado por Mondriaan Fonds, Veem House for Performance, Amsterdam, Members of Kunstverein, Alkantara e Teatro do Bairro Alto.


CONTACTOS 

Circular – Associação Cultural 
Praça Luís de Camões, nº 9, 1ºandar
Vila do Conde
T. +351 252 615 679
TM. +351 967 490 471
E. info@circularfestival.com

Wednesday, March 23, 2022

Joy Inside Our Tears at Konsthall C Stockholm

 Joy Inside Our Tears will leave London - Wellcome Collection this week 21st - 27th March 2022, so if you did not go these are the last days.

After this it will be in exhibition at Konsthall C in Stockholm @konsthallc as part of Bodies in Motion - dance and resistance.
Performers: Harold Offeh, Veronica Cordova de la Rosa, Samra Mayanja, Ebun A Sodipo
Choreography: Vânia Gala
Design and Photography: Eloise Calandre
Sound design: Xana
Production support: Jack Scott, James Jordan Johnson thanks to @georgevasey @lauriecurates @bryonyrosanna








Wednesday, January 19, 2022

Last weeks to watch
Joy Inside Our Tears
Harold Offeh
Jul 15, 2021 - Feb 27, 2022, Wellcome Collection, London

Performers: Harold Offeh, Veronica Codova de la Rosa, Samra Mayanja, Ebun A Sodipo

Choreography: Vânia Gala

Photography & vinyl installation design: Eloise Calandre

Sound design: Xana

Project support: Jack Scott, James Jordan Johnson


Friday, October 01, 2021


Exhibition highlights | 'Joy' curator tour | Wellcome Collection


Joy curators Tour - Wellcome Collection Exhibition Joy

 



Choreographing Joy

Friday 22 October 2021, 15:00—16:30

  • Free
  • Workshop
  • British Sign Language

What you’ll do

Experience the power of dance in an online movement workshop with choreographer Vania Gala.

Following a warm-up, Gala will introduce you to the meditative and trance-like state 

that dancing can evoke as you move to music from Harold Offeh’s ‘The Joy Inside Our Tears’

 installation.

No previous experience is required and you’ll be invited to move in whatever way is comfortable for you. 

The workshop will be a live closed event with a small group of people, which will not be recorded. 

We encourage cameras to be on so you can dance with others and ask questions. 

After booking a ticket, you will receive a confirmation email with joining instructions.

 

About your contributorsHarold Offeh


Harold Offeh

(he/him)

Curator

Harold Offeh is a UK-based artist working in a range of media including performance, video, 

photography, learning and social arts practice. Offeh is interested in the space created by inhabiting 

or embodying histories, using humour to confront the viewer with historical narratives and 

contemporary culture. He has exhibited widely in the UK and internationally, including Tate Britain 

and Tate Modern, South London Gallery, Turf Projects (London), Kettle’s Yard, Wysing Arts Centre 

Studio (Cambridge), Studio Museum Harlem (New York), MAC VAL (France) Kunsthal Charlottenborg

 (Denmark) and Art Tower Mito (Japan). He recently completed a PhD exploring the activation of 

Black album covers through performance. He is a Reader in Fine Art at Leeds Beckett University and a tutor in Contemporary Art Practice at the Royal College of Art.


Vânia Gala

(she/her)

Choreographer

Vânia Gala is a choreographer and researcher. Gala's choreographies and conversational

performances explore the critical potential of (non)performance(s) and opacity in the present time. 

Her interests lie in critical dance studies, performance philosophy and experimental practices with 

an emphasis on notions of refusal, choreo-thinking, fugitivity, improvisation(s), negotiation, dissensus, hospitality and value. 

 

Wednesday, July 21, 2021

Joy Inside Our Tears - Wellcome Collection

Joy Inside Our Tears opened this week at the Wellcome Collection @wellcomecollection . The work explores the power and pleasure of social dance and duration to overcome societal trauma. Made during the lockdown this past winter. The work is presented as part of the Joy and Tranquility exhibitions from 15 July 2021—27 February 2022.

By Harold Offeh
Performers: Samra Mayanja @samra_mayanja, Veronica Cordova de la Rosa
@veronica_cordovadelarosa, Ebun Sodipo @epastry and Harold Offeh
Choreography. Dr Vania Gala @vaniagala
Sound Design. Xana @xa88na
Vinyl Design and Photography, Eloise Calandre @eloise_calandre
Editing and Production Manager, Jack Scott
Production Assistant: James Johnson
Curators George Vasey @georgevasey and Laurie Britton Newell @lauriecurates 
Exhibitions manager Bryony Harris @bryonyrosanna
@wellcomecollection
There are fantastic commissions by artists @_jasleen.kaur_ @amaliapica @chrystal_lebas and @davidshringley
Images: Joy Inside Our Tears, Harold Offeh 2021; Joy, Wellcome Collection / Steven Pocock, 2021. CC-BY-NC


Thursday, February 25, 2021

TaPRA (Theatre and Performance Research Association) Conference 2019

TaPRA (Theatre and Performance Research Association) Conference 2019
“Dispossession: Agency, Ecology and Theatrical Reality”

TaPRA 2019 University of Exeter


Vânia Gala 
Other Possible choreographies: The Potential of the Missing Performer

This talk assumes the performative conversational form in a round-table with the participants. It will be written in the way my practice is experienced, attempted: interrupted by scores and chance procedures.
I will frame questions related to the potential of withdrawal, opacity and disappearance as fundamental ideas for choreographic performance in the present time.

By approaching performance from this perspective I aim at filling in gaps resulting from the exploitative ceasura between "Nature" and " Society" (Moore, 2015) created by capitalism. For performance to focus on this caesura, on the empty interval between "Nature" and "Society" produced by exploitative capitalism is to open up performance to other alternative performances, knowledges and even concepts often "reduced" (Glissant, 1997) or ignored. Moreover, such an approach can prove productive in revealing performance's generative capacity under a time characterized by hyper presence and a compulsion to perform. As performance becomes a core feature of hyper-capitalism could a refusal to perform or a withdrawal of the performer provide alternatives or critical stance on the way we live today? What other presences,existences, knowledges have been ignored by performance because of the ineherited division of "Nature" and "Society"? How can choreography move away from the aesthetic burden object/subject divide inherited from modernism? Finally, I ask in what ways are we not as performance artists presently endeavouring in visible resistance but accomplices in the present form of capitalism?

This contribution will be taking a look at some arrangements present in the works of Bousier, Hammons, Verdonk and Jeong from this perspective and locating them under a broader performance studies perspective through the lenses of Haraway, Latour, Agamben, Glissant and Kunst's considerations.

Vânia Gala Choreographer and researcher based in London. She holds a MAC with Distinction (Trinity Laban) and is a PhD candidate at Kingston University. Collaborations as performer have involved Les Ballets C. de La B., Constanza Macras and Sonia Boyce. Recent creations include “Cooling Down Signs” a Pan- European commission by Beyond Front@ performed at Dance Week Festival (HR), D.I.D (AT), Front@ Festival (SI), Bakelit (HU). In 2019 she was awarded Best Choreography Award by Theatre Guide Awards (Portugal). 

Thursday, September 5 2019
 
2:00pm BST
Working Group Session 3: Theatre, Performance and Philosophy 

Dance of Belém 2011

Press link above for video 

Dance of Belém, 2011 | Instalação video
Credits:
Dancer - Vania Gala
Soundtrack - DJ Johnny 
Camera - Ines Amado; Sandro Resende
Producers - Paul Goodwin; Bruno Malveira
Director - Sonia Boyce
Special thanks to: Ines Amado; Paul Goodwin; P28

Dance of Belem - a Sonia Boyce project (2011)


Monday, March 02, 2020

LABORATÓRIO COREOGRÁFICO IMPRUDENTE

LABORATÓRIO COREOGRÁFICO IMPRUDENTE
Formadora Vânia Gala
Partindo da ideia de posicionamento enquanto acto performativo ou, mais mundanamente, enquanto posição assumida em, com ou dentro de corpos, iremos enquadrar perguntas e especular em conjunto sobre posicionamentos específicos numa oficina coreográfica e na forma de performances conversacionais à volta de uma mesa comprida com os participantes. 
- Horários -
Quinta-feira, 12 de março:
18h00-20h30 (Oficina Imprudente - Ateneu de Coimbra)
21h30-23h00 (Mesa para Práticas Imprudentes - Ateneu de Coimbra)
Sexta-feira, 13 de março:
14h00-18h00 + 19h30 - 22h (Oficina Imprudente - Ateneu de Coimbra)
Sábado, 14 de março:
10h00-13h00 + 15h00-19h00 (Oficina Imprudente - Ateneu de Coimbra)
Domingo, 15 de março:
10h00-13h00 (Oficina Imprudente- Ateneu de Coimbra)
14h30-17h30 (Mesa para Práticas Imprudentes - Encerramento - Salão Brazil)

Custo: Gratuito
- Vagas Limitadas -
Inscrições a partir do dia 15 de fevereiro pelo seguinte link
pwww.bit.do/labcoreograficoimprudente

MESA PARA PRÁTICAS IMPRUDENTES
Esta apresentação assume a forma de uma performance conversacional, a partir de uma mesa comprida com os participantes. Ela será escrita gerada e desenvolvida de forma semelhante à experienciação da minha prática tentada: interrompida por procedimentos aleatórios e outras intervenções inesperadas.
Partindo da ideia de posicionamento enquanto acto performativo ou, mais mundanamente, enquanto posição assumida em, com ou dentro de corpos, iremos enquadrar perguntas e especular em conjunto sobre posicionamentos específicos. Mais do que seguir as palavras "Ousadia" ou "Imprudência" a intenção é interpelar os modos como essas palavras podem ser praticadas no quotidiano presente. Quais os potenciais críticos desses posicionamentos? Iremos experimentar e olhar performances que se recusam a se actualizarem de forma particular ou mesmo aquelas que recusam certas chamadas para serem realizadas.
Ao abordar a performance a partir deste ponto de vista, pretendo criar uma abertura e partilhar performances, conhecimentos e mesmo conceitos alternativos que são frequentemente «menorizados» (E. Glissant, 1997) ou ignorados. Além disso, uma tal abordagem pode revelar-se produtiva nas trocas de performances imprudentes e generativas num tempo caracterizado por hyper-presença e compulsão para performar.

OFICINA DE IMPRUDÊNCIAS 
Serão propostas diferentes áreas de inspiração para criar material que sirva à criação coreográfica relacionadas com ousadia e imprudência. Partiremos dos corpos e exploraremos posicionamentos específicos: posições invertidas, uso de forças opostas em relação.
Através de propostas posicionais e de lugar investigaremos em grupo o processo criativo de composição. Será dada especial atenção a aspectos não-hierárquicos comuns às práticas de colaboração nos processos coreográficos.
Como organizar e desorganizar actos performativos num lugar particular e em corpo(s) fazendo uso de ferramentas de improvisação e de auscultação. Estudaremos atentamente diversas metodologias de auscultação.
O dar voz ao não óptico. Explorar-se-ão novas capacidades de corpos infrequentes como performers (matérias, "coisas", lugares). A tarefa é aproximarmo-nos do “não- assinalado, não-falado, não-visto“ (Phelan, 1993) e o “não-ligado“ (Latour, 2005) na performance através de estratégias de auscultação. Assumir riscos na criação: (des)ocupação dos corpos, fragmentação, precaridade e suas (in)visibilidades no espaço performativo.
Práticas ou actos performativos não-normativos. A (não)performance (Moten, 2017) como algo fora da normatividade, fora da compulsão acrítica de actuar. Aqui pretende-se interpelar o valor transgressivo incontestável da presença e o privilegiar do "vivo" e "vivacidade" assumidos nas artes performativas que ignoram as presentes condições de produção. A teórica Eslovena Bojana Kunst aponta que "o capitalismo estabelece-se como o tipo de sistema que, na sua etapa final, se torna um sistema que abraça todos os comportamentos profanos (transgressão, rebelião, negatividade, provocação, consumo radical, etc.). Essa hiper-performatividade, contrariamente ao que muitos poderão pensar - particularmente nas artes performativas- evidencia o poder normativo da performance em detrimento das suas possibilidades críticas.
Exploraremos actos de evasão, actos de recusa, micro-actos esquecidos como formas transgressivas no tempo presente. O esconder, a camouflage como actos transgressivos. Explorar este posicionamento particular é abrir espaço para outras possíveis coreografias que emergem da opacidade e resistem à compulsão performativa do tempo presente. O que pretendo aqui é explorarmos a oclusão não apenas por uma questão estética, mas como um valor político, um meio de preservar certas práticas e dimensões da existência do poder regulatório e da redução normativa, bem como a sua capacidade generativa na criação de formações relacionais radicalmente novas nas atuais circunstâncias.
PRODUÇÃO
Solar des Kapängas e República Ninho da Matulónia
IMAGEM GRÁFICA
qui mera
FINANCIAMENTO
22a Semana Cultural da UC
APOIO
JACC
Salão Brazil
Ateneu de Coimbra
Junta de Freguesia dos Olivais