Tuesday, March 20, 2018

"Que ainda alguém nos invente" do Teatro Griot 
Foto: André Rolo/Global Imagens 
01 Março 2018


O Teatro do Campo Alegre, no Porto, recebe, esta sexta-feira, a peça "Que ainda alguém nos invente", uma produção do Teatro Griot, com encenação de Paula Diogo. Sexta-feira, a sessão é às 21.30 horas e sábado, às 19 horas.
"Njinga Mbandi" invoca num ritual, uma conversa consigo mesma. Nesta espécie de transe, o elenco de quatro atores vai discorrendo em monólogos e diálogos filosóficos desconexos sobre a culpa e o castigo, recorrendo a alegorias sobre animais. "Gosto dos que abrem a boca para falar e para morder". 
Na ausência de uma narrativa clássica, as personagens vão mudando de papel entre si, deixando o espectador alerta para um perigo eminente.
O sentimento de emergência latente em toda a produção, que nos lembra que "a carne fresca apodrece de uma ou de outra maneira", é sustentado pelo ritmo rápido e por mudanças muito bem trabalhadas musicalmente. Para construir a dramaturgia, há jogos cénicos de teatro físico, extremamente interessantes do ponto de vista plástico. 
A prestação de Gio Lourenço destaca-se pela sua forma como conjuga a palavra com o corpo, um intérprete pleno, ainda que a produção se torne a momentos um pouco hermética. O Teatro Griot assume-se como um coletivo dedicado à exploração de temáticas relevantes para a construção e problematização da emergente identidade europeia contemporânea e intercultural, e do seu reflexo no discurso e na estética teatral.

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