Saturday, September 22, 2018

Que ainda alguém nos invente


Hoje será o penúltimo dia! As 21:30 venham



    Foto Sofia Berberan

Que ainda alguém nos invente
























https://www.timeout.pt/lisboa/pt/teatro/que-ainda-alguem-nos-invente

Que ainda alguém nos invente

"Que ainda alguém nos invente"
Co-produção Teatro GRIOTTeatro Municipal do Porto - Rivoli . Campo Alegre
Do ponto de vista de Inocência Mata (Inocência Matta):
"A novidade, a originalidade, o imprevisível, a complexidade das personagens (às vezes nem se percebia quem falava, isto é, "o que" falava, se a Nginga se o espectro.
Parabéns ao GRIOT!"
















































                                                                    Foto Sofia Berberan

Friday, September 21, 2018

Que ainda alguém nos invente


"Que ainda alguém nos invente"
co-produção Teatro GRIOT/ Teatro Municipal do Porto - Rivoli . Campo Alegre
Do ponto de vista de  António Pinto Ribeiro
"Caos festivo, corpos maleáveis e energia contaminadora, as palavras em cadeia passam como num corredor de energia entre as bocas, os corpos, as cores...
pode haver um iglô africano? pode! um iglô-abrigo que se descompõe pelo calor e frequência térmica das palavras....
Gosto dos objectos de uso comum dispersos pelo palco, objectos de casas austeras, de vidas muito modestas, mas ainda assim contendo faíscas de energia e de alegria de cor...."


  Foto Sofia Berberan

Wednesday, September 19, 2018



Atenção! Última semana!
"Que ainda alguém nos invente"
Inspirado na vida da Rainha Njinga Mbandi
até dia 23 de Setembro todos os caminhos vão dar ao Teatro do Bairro!
qua a sáb 21:30; dom 17:00


https://www.rtp.pt/noticias/cultura/teatro-griot-estreou-em-lisboa-a-peca-que-ainda-alguem-nos-invente_v1099592

Tuesday, September 18, 2018



É um ritual que vacila entre o orgulho e o remorso. Entre o conflito e a confidência fundem-se os papéis de rainha e mulher. Deixa-se de se distinguir quem é quem na glória e na vaidade, pois o atrevimento também é próprio da conquista.
Njinga Mbandi invoca os seus mortos numa conversa consigo mesma, fala do que foi e do que poderá nunca ter sido, não esgota o seu transe em estórias reféns do seu tempo. Resistindo sempre, dissimuladamente. Atormentando e perseguindo à vez ora homens ora vontades, as suas e as dos a si entregues, guerreiros, escravos e traidores. Filha, irmã e amante, Njinga terá tempo de contar a sua versão, escusando-se ao logro de um passado forjado, divinizado e imaculado no seu desígnio. 
texto dramático inédito: Ricardo P. Silva
encenação: Paula Diogo
actores: Daniel Martinho, Gio Lourenço, Matamba Joaquim, Zia Soares
movimento: Vânia Gala
materiais cénicos: Francisco Vidal
espaço cénico e figurinos: Mariana Monteiro
luz: Pedro Correia
música original: DJ Marfox e DJ N.K.
design de som: Chullage
assistência de encenação: Carlos Alves
tradução para kimbundo: Galiano Neto
fotografia: Sofia Berberan
vídeo teaser: David Cardoso
produção executiva: Urshi Cardoso
co-produção: Teatro GRIOT, Teatro Municipal do Porto
Duração aprox. 1h30
M/14
RESERVAS: 21 347 33 58 | 91 321 12 63 (15h - 19h)



Que ainda alguém nos invente

Que ainda alguém nos invente
texto inédito de Ricardo P. Silva
encenação de Paula Diogo
com Daniel MartinhoGio LourençoMatamba JoaquimZia Soares
movimento Vânia Gala
materias cénicos Francisco Vidal
figurinos e espaço cénico Mariana Monteiro
luz Pedro Correia
música DJ MarfoxDJ N.K.
design de som Chullage
fotografia: Sofia Berberan
co-produção Teatro GRIOT, Teatro Municipal do Porto - Rivoli . Campo Alegre
em cena no Teatro do Bairro
13 a 23 de Setembro
qua a sáb 21:30, dom 17:00
Reservas 212373358 | 913211263 (15h - 19h)

Sunday, July 01, 2018

Research Lab M502 at Trinity Laban

Delivering Seminar Session
Research Lab M502
22nd Nov. 2017


Tuesday, March 20, 2018


TEATRO GRIOT


QUE AINDA ALGUÉM NOS INVENTE

ESTREIA / COPRODUÇÃO


SEX 2 MAR ⁄ 21H30 & SÁB 3 MAR ⁄ 19H00

PALCO DO AUDITÓRIO • CAMPO ALEGRE 
7,50EUR • M/14




///
CONVERSA PÓS-ESPETÁCULO COM ISAQUE FERREIRA •   SEX 2 MAR
Diseur e Programador cultural









É um ritual que vacila entre o orgulho e o remorso. 

Entre o conflito e a confidência fundem-se os papéis de rainha e mulher. Deixa-se de se distinguir quem é quem na glória e na vaidade, pois o atrevimento também é próprio da conquista. Njinga Mbandi invoca os seus mortos numa conversa consigo mesma, fala do que foi e do que poderá nunca ter sido, não esgota o seu transe em estórias reféns do seu tempo. Resistindo sempre, dissimuladamente. Atormentando e perseguindo à vez ora homens ora vontades, as suas e as dos a si entregues, guerreiros, escravos e traidores. Filha, irmã e amante, Njinga terá tempo de contar a sua versão, escusando-se ao logro de um passado forjado, divinizado e imaculado no seu desígnio.


Teatro Griot é uma companhia de atores que se dedica à exploração de temáticas relevantes para a construção e problematização da emergente identidade europeia contemporânea e intercultural, e do seu reflexo no discurso e na estética teatral. Já levou à cena textos de Wole Soyinka, Pepetela, Breyten Breytenbach, Shakespeare, Lynn Nottage, Ésquilo, Al Berto ou Genet, encenados por Rogério de Carvalho, Nuno M Cardoso, Guilherme Mendonça, Bruno Bravo, António Pires, João Fiadeiro e Zia Soares. O Teatro GRIOT é uma estrutura apoiada pela Câmara Municipal de Lisboa. 



BILHETES
​texto dramático inédito inspirado na vida da Rainha Njinga Mbandi Ricardo P. Silva
Encenação Paula Diogo
Atores Daniel Martinho, Gio Lourenço, Matamba Joaquim, Zia Soares
Movimento Vânia Gala
Materiais cénicos Francisco Vidal
Luz Pedro Correia
Cenário e figurinos Mariana Monteiro
Música original Dj Marfox e Dj N.K.
Design de som Chullage
Assistência de encenação Carlos Alves
Tradução para kimbundo Galiano Neto
Produção executiva Urshi Cardoso
Coprodução Teatro Municipal do Porto, Teatro Griot
Duração aproximada 1h30



http://www.teatromunicipaldoporto.pt/PT/programa/teatro-griot-que-ainda-alguem-nos-invente-estreia-coproducao/


"Que ainda alguém nos invente" do Teatro Griot 
Foto: André Rolo/Global Imagens 
01 Março 2018


O Teatro do Campo Alegre, no Porto, recebe, esta sexta-feira, a peça "Que ainda alguém nos invente", uma produção do Teatro Griot, com encenação de Paula Diogo. Sexta-feira, a sessão é às 21.30 horas e sábado, às 19 horas.
"Njinga Mbandi" invoca num ritual, uma conversa consigo mesma. Nesta espécie de transe, o elenco de quatro atores vai discorrendo em monólogos e diálogos filosóficos desconexos sobre a culpa e o castigo, recorrendo a alegorias sobre animais. "Gosto dos que abrem a boca para falar e para morder". 
Na ausência de uma narrativa clássica, as personagens vão mudando de papel entre si, deixando o espectador alerta para um perigo eminente.
O sentimento de emergência latente em toda a produção, que nos lembra que "a carne fresca apodrece de uma ou de outra maneira", é sustentado pelo ritmo rápido e por mudanças muito bem trabalhadas musicalmente. Para construir a dramaturgia, há jogos cénicos de teatro físico, extremamente interessantes do ponto de vista plástico. 
A prestação de Gio Lourenço destaca-se pela sua forma como conjuga a palavra com o corpo, um intérprete pleno, ainda que a produção se torne a momentos um pouco hermética. O Teatro Griot assume-se como um coletivo dedicado à exploração de temáticas relevantes para a construção e problematização da emergente identidade europeia contemporânea e intercultural, e do seu reflexo no discurso e na estética teatral.

Que Ainda Alguém Nos Invente

Que Ainda Alguém Nos Invente
inspirado na vida da Rainha Njinga Mbandi
encenação de Paula Diogo
texto original de Ricardo P. Silva
actores: Daniel MartinhoGio LourençoMatamba JoaquimZia Soares
movimento: Vânia Gala
figurinos e espaço cénico: Mariana Monteiro
materiais cénicos e design gráfico: Francisco Vidal
luz: Pedro Correia
música original: DJ Marfox e DJ N.K. 
assistência à encenação: Carlos Alves
tradução para kimbundo: Galiano Neto
ESTREIA!
2 e 3 de Março no Teatro do Campo Alegre
co-produção Teatro GRIOT, Teatro Municipal do Porto - Rivoli . Campo Alegre
Bilheteira:
Tel. 22 606 30 00 (seg a dom 14h30 – 19h00 e 19h30 – 22h30)
bilheteira.tmp@cm-porto.pt

Que Ainda Alguém nos Invente - Campo Alegre 3, 4 March



Monday, March 19, 2018

Review on Que Ainda Alguém nos Invente by Afonso Becerra in ArtezBlai



Si animamos la plástica, los colores, las formas, las luces, los cuerpos, surgirá una danza que nos congregará. Ese tipo de relación fundada en el movimiento nos conduce, de otra manera, hacia una comunidad habitada por el ritual que invoca algo más allá del aquí y ahora.
El movimiento afirma el aquí y ahora al mismo tiempo que lo trasciende en esa invocación ritual de la danza. Las presencias físicas se afirman, las identidades se disipan y se invisten de otras calidades y temperaturas, de otras figuras.
El sábado 3 de marzo de 2018 acudí al Auditorio Campo Alegre, del Teatro Municipal do Porto (Portugal), para ver su coproducción con la compañía lisboeta Teatro Griot, titulada Que Ainda Alguém Nos Invente, que se había estrenado la víspera.
Teatro Griot está formado por la actriz Zia Soares, nacida en Bié, Angola, y los actores Daniel Martinho, Gio Lourenço y Matamba Joaquim, los tres nacidos en Luanda, Angola. Su origen étnico no es gratuito, casi nunca lo es para nadie, porque la compañía explora, a través de su estética y de su discurso, las identidades desterritorializadas que circulan por Europa.
África y Europa en las tensiones que derivan de la memoria y el olvido, la proximidad y la distancia, la fidelidad a los orígenes y su trasgresión, los mitos fundacionales de aquí y los de allá. La lengua con la que se representa y se evoca un mundo, su extinción, su mantenimiento, su adulteración, su transmisión fuera del territorio y frente a las presiones globalizadotas y colonizadoras.
Teatro Griot podría equivaler a teatro trovador africano, ya que “griot” es una figura tradicional de África, encargada de narrar historias. Un artista ambulante que es una mezcla de poeta y cantor, depositario de la tradición oral de su pueblo, encargado de preservar su memoria. Un griot, además, también incluye la sátira y la crítica social.
Que Aínda Alguém Nos Invente es un título que podría hacer alusión a esa necesidad de narrarnos, de construirnos una historia. Esa necesidad acuciante de un país, como Angola, de comenzar a escribir su propia historia, después de un largo período de ingerencias mientras fue colonia portuguesa.
Que Aínda Alguém Nos Invente es un texto dramático inédito de Ricardo P. Silva, inspirado en la vida de la Reina Njinga Mbandi.
Una vez visto el espectáculo, dirigido por Paula Diogo y con un importante trabajo coreográfico de Vânia Gala, se podría decir que el texto es solo un elemento más que flota en medio del juego dancístico y performativo.
La Reina Njinga Mbandi, soberana del Reino Ndongo y Matamba es un personaje mítico de carácter fuerte e intempestivo, guerrera y adivina, que pertenece al imaginario colectivo. Junto a ella son convocados su padre Ngola Kiluanji, su hermano Ngola Mbandi, ambos de origen Mbundu, y su marido-aliado Kaza, de origen Imbangala.
Sin embargo, todo esto, el mito, no aparece representado por Teatro Griot, sino más bien evocado a través de un juego plástico y dancístico que promueve una conexión directa, pulsional, más festiva y poética que reverencial o mística.
En Que Aínda Alguém Nos Invente no hay una representación del mito ni de los personajes como seres heroicos, colocados en una posición de superioridad respecto al público.
En Que Aínda Alguém Nos Invente hay una presentación en la que la performance nunca niega a los actores y a la actriz. Ni los niega ni los camufla tras personajes de ficción, sino que ellos, los actores y la actriz, ejecutan un juego a través del cual aparecen esas otras presencias míticas, en forma de palabras, a partir de una coreografía determinada y el empleo de una caracterización que se realiza delante de nosotros, utilizando los objetos y las telas que se esparcen, en diferentes combinaciones, entre el caos primigenio y el orden.
Sobre suelo y fondo blancos, los tres actores y la actriz negros, Daniel Martinho, Gio Lourenço, Matamba Joaquim y Zia Soares, aparecen de debajo de un embrollo de mantas multicolores que semeja un animal prehistórico, o un bulto totémico.
De ese fardo, situado en la izquierda del proscenio, brotan los actores y comienza ahí una dispersión de objetos reciclados dispares.
El trazado coreográfico, diseñado por Vânia Gala, es de una hermosa sutileza y una eficacia coherente a esa proximidad terrena, sin alardes ni efectismos comerciales.
Los actores dibujan caminos sobre esos objetos diversos, en un juego de teatro concreto en el que van enunciando cada elemento: “Esto de aquí es una caja. ¿El qué? Una caja. Esto de aquí es un abrigo. ¿El qué? Un abrigo. Esto de aquí es un bidón. ¿El qué? Un bidón. Esto de aquí es un garrafón. ¿El qué? Un garrafón. Esto de aquí es una manta. ¿El qué? Una manta. Esto de aquí es una manguera. ¿El qué? Una manguera…
La acción verbal no solo describe los objetos que manipulan en ese trajín que se traen, sino que afirma su realidad de manera deíctica, anclándolos, así mismo, a una dimensión plástica y artística, por un mecanismo que funciona de una manera semejante al urinario que Duchamp tituló “La Fuente”. Un “readymade” o “objet trouvé”, sacado de su contexto y situado, en este caso, sobre el blanco escenario para ser manipulado y señalado como algo extra-ordinario.
Es encomiable porque lo extraordinario, de este modo, nace de lo más común y ordinario.
Lo extraordinario nace del pueblo.
El acto de nombrar los objetos en ese tránsito, a través del cual pueblan el escenario, también nos remite al acto naif y mágico de los bardos o poetas primigenios que iban dando nombres a los elementos y a los fenómenos con los que se encontraban.
Nombrar es narrar y narrar es hacer pie, es crearnos, inventarnos, colocarnos en el mundo a la vez que inventamos el mundo.
Mientras Daniel, Gio y Matamba transportan todos esos objetos reciclados, Zia nos mira comiendo una manzana roja.
Daniel, el mayor, se pone un pantalón azul de chándal en la cabeza, a la manera de un sombrero, se sienta en la silla y lee un libro rojo. “La casa y promesa de regreso a casa.”
El grupo camina, avanza, sobre sus pobres pertenencias.
Zia manipula el libro rojo mientras el actor más joven, Gio, reacciona físicamente, en el suelo, ejecutando los giros, lanzamientos y golpes que Zia realiza con el libro.
No hay pausas, las acciones escénicas se enlazan y, de repente, los actores componen, con las telas diversas que encuentran, una evocación fantasiosa del vestido de la Reina Njinga Mbandi.
La acción escénica tampoco es ficticia, sino el desarrollo del proceso real de componer y descomponer diferentes configuraciones espaciales y plásticas, que nunca son ilustrativas o explícitas, sino que resultan sugerentes y con un toque abstracto, siempre desde la pulsión vitalista y policroma.
Recuerdo, especialmente, la secuencia en la que componen figuras sobre el actor mayor, Daniel, transformando su apariencia al ponerle trapos multicolores, colocados como grandes vestidos, una linterna en la cabeza, una maraña de collares en un brazo, etc., hasta que tenemos la impresión de estar ante una figura arquetípica.
Escuchamos la frase “Resistir es un delirio.”, sin que la coreografía redunde, sino que ahonda en el concepto, a través de una marcha de tono militarizado, pero que, al mismo tiempo, es danza urbana y necesidad de dar el paso.
Matamba y Gio, con mantas y cartones, naranja y azul, delante de la cara, a modo de máscaras, se nos presentan, casi, como dos figuras pictóricas, dos brochazos de color que, después, entonan a coro: “Poco me importa quien habla.”
La palabra va pasando por las bocas, en diferentes momentos, por ejemplo, mientras Zia y Matamba fuman cigarros en el fondo, en el centro del proscenio, Daniel, caracterizado como figura arquetípica, y Gio, recitan a coro. La pareja que fumaba se besa y gira por el suelo sin que el beso se deshaga.
El proceso real de la acción escénica, de componer y descomponer, también se singulariza en las diversas manipulaciones de objetos y entre los propios actores a lo largo de toda la pieza.
Se produce, de esta manera, una amalgama des-jerarquizadora entre todos los elementos, animados e inanimados, que pueblan y configuran la escena.
La coreografía de Vânia Gala no solo estructura el movimiento de los actores y la actriz, espacializándolo de una manera plástica no exhibicionista, sino que también apuesta por la evocación de imágenes que puedan asociarse al mito. Por ejemplo, la caza, la guerra, el camuflaje, la marcha percutida sobre el suelo, sin avanzar, los pasos marcados en el sitio y la repartición de la palabra de una boca a otra. El estado de alerta, mientras marchan en el sitio, marcando los pasos marcialmente. “Los muertos tienen sed.” “Que es tiempo de cosecha.”
Incluso, el diálogo entre dos personajes puede habitar el cuerpo de un único actor. Por ejemplo, cuando Gio reproduce un diálogo con Njinga, solo girando el torso.
Sin abandonar el diálogo, Gio, va incorporando aderezos: enrolla una tela roja a la cintura y tiñe sus manos y rostro de una densa pintura verde, además porta un cartón verde en la mano.
Matamba lleva los antebrazos, el cuello y el pecho teñidos de azul y un pañuelo, también azul, en la cabeza, y porta un cartón azul en la mano.
Daniel lleva teñidas las mejillas de naranja y porta un cartón, también de color naranja.
El coro de los tres actores, Gio (verde), Matamba (azul) y Daniel (naranja), pide entrar a Njinga.
Zia, delante, golpea con los pies separados en el suelo y se agita. Coge el libro rojo y se va hacia el lado izquierdo del escenario, para leernos y hablarnos en la lengua kimbundo. La Reina Njinga pide regresar al vientre sereno de Kwanza-Mujer. “Acoge la presencia de este cuerpo caído, arrodillado en tus márgenes, clemente, memoria de luto y combate. […] Eres sentencia de tierra liberada, eres el polvo y el deseo de mando que me obliga al camino, herida vencida que persevera aún, vena que enjuta renace, desenfrenada. […] La noche cae y yo, Negra, me yergo.”
“A noite cai e eu, Negra, me ergo.” Son las últimas palabras que se pronuncian en kimbundo en Que Aínda Alguém Nos Invente.
Unas palabras que son pura música y puro sortilegio. Un poema vocal. Un parlamento exótico, misterioso, lejano, pero, a la vez, cercano y cálido. Unas palabras que vienen transportadas en un aire cálido y refulgente.
El linóleo blanco va llenándose de riegos de ropas y objetos de colores.
La lengua original, ancestral, el kimbundo, suena con una música cercana, humana e ininteligible a la vez, pero, como tal música, nos toca.
Hay misterio en las presencias, poseídas por las voces de una reina legendaria, por las ansias y contiendas que vienen de antiguo, pero que quizás hoy necesitan volver a parpadear.
Que Aínda Alguém Nos Invente es una celebración de la diversidad, un viaje a latitudes ignotas, una fantasía concreta que posee la contundencia de los cuerpos en danza.